A nossa democracia, embora jovem, já tem 34 anos; como qualquer pessoa, a democracia deve de ser bem tratada, respeitada e bem interpretada, caso contrário fica facilmente doente.
Infelizmente, tem muitos motivos para ficar enfraquecida, ou mesmo doente: pode ficar quando não se dá bons exemplos de democracia e de respeito aos jovens, alheando-se estes da política, de que nem em casa querem falar, talvez por desconfiança dos políticos.
Fica doente, quando alguém se queixa que tem falta de saneamento, ou de iluminação, ou que tem um buraco na sua rua, ou mesmo quando mora numa rua onde tem que parar o seu automóvel para deixar passar outro, podendo se não o fizer, estragar o carro com as silvas ou mesmo com pedras encostadas aos muros.
Fica doente quando se faz uma pergunta no local onde se devia dar exemplo de respeito e de democracia, e se esta é incomodativa, a resposta não satisfaz.
São muitas as observações que se fazem, tais como, que culpa tenho de morar numa rua de que gosto; que culpa tenho de ser pobre; que culpa tenho de não pertencer ao partido A, ou B, ou mesmo a nenhum; que culpa tenho de fazer perguntas nas quais sei que tenho razão e mesmo assim corro o risco de ser mal interpretado, ou mesmo desrespeitado; que culpa tenho de não ter formação académica; que culpa tenho de me sentar num banco do centro cívico, onde as pessoas se juntam para discutir os problemas da freguesia, do concelho, e mesmo do distrito e do país, porque quando as obras são bem ou mal executadas, é dos nossos impostos que saem os euros.
Alguém, com responsabilidade política, escrevia, “a culpa não é dos políticos, mas sim do povo que não exige, e não participa activamente, no correcto uso da nossa liberdade”. Pois o povo além de pagar pelos maus resultados destes senhores, ainda é culpado?
Não é por estar tudo bem que estes locais da democracia estão a ficar cada vez mais desertos, mas talvez por falta de conhecimento das coisas mais ricas, pelas quais tantos sofreram e lutaram para que pudéssemos ter hoje alguma voz.
Também não é por acaso que cada vez há mais abstenções nas eleições. Quase arrisco a dizer que José Saramago tem razão quando diz que deveria haver o P.A., Partido das Abstenções.
Respeitar o terceiro e fazer-se respeitar são valores fundamentais do ser humano. Nos tempos em que vivemos, esquecemo-nos muitas vezes destes valores, pautados pelo respeito da cor, raça, religião, idade, posição social e económica, entre outros.
Santa Marta de Portuzelo.
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3 comentários:
Caro Joaquim Antunes.
Subscrevo a sua mensagem. Tem toda a razão ao afirmar que a culpa é dos Políticos. A democracia que cada um tem dentro de si é a que vale mais. Dizer-se democrata e colocar a democracia de lado, é deixar morrer a democracia.
O problema dos nossos tempos é que os Políticos não estão para nos servir, mas, para servirem-se.
Por isso o alheamento dos Jovens da Política.
E o maior problema é confundirem democracia com liberdade. Esse diapasão querem incuti-lo para se governarem a seu bel-prazer. Os Políticos (não todos claro), mas aqueles que apenas se querem servir a si e seus amigos, confundem liberdade com libertinagem. E mal de nós, quando um Político altera as suas emoções, por um punhado de cifrões.
E desses, temos nós muitos no País. Não há democracia na Madeira, e será que existe na nossa freguesia? Melhor que eu, sabe que não. Em Santa Marta de Portuzelo, vive-se a democracia do "ou és por mim, ou contra mim".
Obrigado por esta bela ideia, pois Santa Marta de Portuzelo necessitava de um espaço assim. A própria Junta de Freguesia deveria ter um espaço do género, onde os Cidadãos pudessem colocar seus problemas. Mas é a tal democracia, que mais parece demagogia, recheada de alguma hipocrisia, que temos por cá.
agradeço a sua mensagem, no entanto como vivemos numa democracia respeito todos aqueles que entendem não dar o seu nome, este espaço foi criado para todos criticando, pela positiva ou negativa, neste caso deu para entender que partilha do meu pensamento.
Meu ilustre Amigo,
Ao navegar nestas vias, casualmente, descobri este blog. Aproveito para endossar os meus parabéns.
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