quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Eleições à vista


Desde o 25 de Abril de 1974 que, de quando em vez, vamos exercer o direito de voto.


Aproximam-se novas eleições, já começou a azáfama das obras, um candeeiro aqui, uma rua arranjada ali, mais uma promessa para o próximo mandato, um infantário, um lar para idosos, uma piscina, intervenção na praia da preguiça (parque de merendas), a segunda rega na rua da Linha do Vale do Lima, a limpeza no rio de Santa Martinha, o rio do eiró, as salinas, etc., etc.


Há quantos mandatos os Santamartenses ouvem estas promessas? Será que vão aparecer agora os milhões todos para fazer todas estas obras? Não faz parte do meu saber obras públicas, no entanto parece-me que seria de bom senso pedir opiniões a quem sabe, para que não se caia no erro de sempre de se fazerem reparações a correr em certos caminhos, e esperar que venham as primeiras chuvas para se detectar erros. Não nos esqueçamos que este procedimento prejudica sempre alguém, acabando o estado por ter que suportar as despesas e prejuízos provocados por esse “remendo” com o dinheiro dos nossos impostos.


De que vale termos o hall de entrada arranjado limpo ou bonito, se temos o resto sujo e com mau aspecto? De que vale termos o centro cívico mais ou menos arranjado e ter-mos muitas ruas com inúmeros problemas, como falta de água, de saneamento e mesmo tantas com péssimos acessos? Temos o rio de Santa Martinha num estado lastimável, como se pode constatar nesta fotografia, demonstrando, ao contrário do que se verifica em muitas outras freguesias, uma grave falta de respeito pelo património que os nossos avós e pais nos deixaram, os moinhos.


Estas palavras são apenas um desabafo meu. Não quero culpabilizar ninguém, mas apenas chamar a atenção dos nossos políticos para que ponderem os gastos de dinheiros uma vez que, se for bem administrado com melhor planeamento, podem fazer-se mais obras com menos euros, reduzindo assim o saldo negativo no final do mandato.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A qualidade de vida de uma localidade é muito mais do que ter escolas, centros de saúde, escolas profissionais, ou escolas secundárias, mas é também ter bons acessos; mas estes, a serem feitos, só se consideram bem-feitos quando não prejudicam uns em favor de outros, ou mesmo não se deve alargar um caminho para ficar com a mesma largura, e mais, estes tipos de obras deverão ser feitos para não voltar a mexer neles durante muitos e muitos anos, e nunca para quatro ou oito anos.
Deve-se proporcionar aos mais idosos uma verdadeira qualidade de vida, desenvolvimento participativo, como a solidariedade, programando a ocupação dos tempos livres, mantendo estas pessoas ocupadas no desporto, em caminhadas, em conversas com mais novos, pois tenho a certeza de que estas pessoas ainda têm muito para nos ensinar.
A idade deve ser acompanhada com práticas de boa saúde e de respeito por aqueles que já tanto nos deram. Na maior parte dos casos, a terceira idade e a juventude apenas são lembrados de quatro em quatro anos, ou seja nas campanhas eleitorais.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A homenagem tarda.

Estava eu a cumprir o meu serviço militar obrigatório, e um 1º sargento pergunta-me: ó Viana, de que freguesia é? Eu disse "não vale de nada eu dizer que o meu 1º não conhece", mas depois de tanto insistir acabei por lhe dizer, e ele ficou um pouco calado, sorriu e disse, "meu caro amigo, eu conheço Viana do Castelo porque fui com o rancho da minha terra a Santa Marta de Portuzelo; conheci também um homem que gostava muito do vosso folclore". Escusado será dizer que me comovi com aquelas palavras, e pensei para comigo, "afinal a minha terra é conhecida em muitos lados". Isso devia-se a um homem, mas com H grande.
De alguns anos, a esta parte, houve um grupo de amigos que se juntaram, para fazer um busto em homenagem deste homem; pediram apoio à junta de freguesia, só que o busto ainda não foi feito, e acredito que não foi por falta de vontade do dito grupo. No entanto, um bem-haja a quem deu o seu nome a uma rua de Santa Marta.
Não nos podemos esquecer que o Doutor Sousa Gomes não gostava apenas do folclore, mas também da sua profissão: evitou muitas vezes o sofrimento das dores, e também da carteira a muito boa gente da nossa terra, e certamente que mesmo longe de nós, ele iria agradecer se não nos esquecêssemos dele.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A Felicidade

A felicidade é um produto que não tem preço; por muitos hipermercados que percorramos, não se vê à venda. Para se alcançar, temos caminhos muito difíceis, com pedras altas em que facilmente tropeçamos; também é muito espinhoso, e não se sente, nem se vê a felicidade.
Mas sente-se quando se é perdoado, mas também perdoamos; sente-se quando vemos um vizinho que não é feliz, mas tentamos fazer com que isso mude; sente-se quando o vizinho está como nós ou ainda melhor; sente-se quando somos amados, mas também damos amor; sente-se quando damos amor aos nossos velhinhos, porque já o recebemos deles; e, para que não tenhamos uma surpresa quando formos, nós, velhinhos, não façamos o que está, hoje em dia, na moda:
Diz o marido para a esposa "Vamos de férias?", e responde a esposa "Sim!, mas... e a minha mãe? E o cãozinho?" "É fácil, deixamos o cão na beira da estrada, e a tua mãe fica nas urgências do hospital." E assim foi: o cão ficou na estrada, e a velhota nas urgências... No entanto, quando regressaram das férias, tiveram uma surpresa... O cão estava sozinho, morto na beira da estrada... Foram então às urgências, buscar a velhota, que se mostrou muito contente por ir finalmente para casa. Esta entregou então ao genro uma foto, tirada durante a sua estadia no hospital, ao que ele pergunta "Para quê a foto?" respondendo ela "Leva para recordação, pois quando fores velhinho, os teus filhos vão fazer-te igual...". Comovido, ele confessa à esposa, abraçando a velhinha, que nunca mais a abandonaria, nem a ela, nem nenhum animal...
Para termos felicidade, temos que fazer os outros felizes.

Sejamos felizes.

domingo, 9 de novembro de 2008

O medo da morte

Há um certo pavor, quando alguém que nos é querido, se apaga como uma lâmpada, que fundiu.
Nas horas que estamos juntos do corpo, são muitas as interrogações que se fazem; tão novo que era, ou já tinha alguma idade, ou ainda, era uma boa pessoa era um 0ptimo colega um bom chefe de família ou ainda não adianta sermos maus, depois de morto era tudo, foi o fim desta pessoa, como vai ser o meu?
No dia seguinte após o funeral, tudo esquece o medo já passou, voltamos então novamente ao nosso egoísmo, ao mal à inveja, à mentira. E, jamais nos preparamos para o nosso dia, que é incerto e impossível de saber, quando somos chamados.

domingo, 2 de novembro de 2008

Não deixemos morrer a democracia

A nossa democracia, embora jovem, já tem 34 anos; como qualquer pessoa, a democracia deve de ser bem tratada, respeitada e bem interpretada, caso contrário fica facilmente doente.
Infelizmente, tem muitos motivos para ficar enfraquecida, ou mesmo doente: pode ficar quando não se dá bons exemplos de democracia e de respeito aos jovens, alheando-se estes da política, de que nem em casa querem falar, talvez por desconfiança dos políticos.
Fica doente, quando alguém se queixa que tem falta de saneamento, ou de iluminação, ou que tem um buraco na sua rua, ou mesmo quando mora numa rua onde tem que parar o seu automóvel para deixar passar outro, podendo se não o fizer, estragar o carro com as silvas ou mesmo com pedras encostadas aos muros.
Fica doente quando se faz uma pergunta no local onde se devia dar exemplo de respeito e de democracia, e se esta é incomodativa, a resposta não satisfaz.
São muitas as observações que se fazem, tais como, que culpa tenho de morar numa rua de que gosto; que culpa tenho de ser pobre; que culpa tenho de não pertencer ao partido A, ou B, ou mesmo a nenhum; que culpa tenho de fazer perguntas nas quais sei que tenho razão e mesmo assim corro o risco de ser mal interpretado, ou mesmo desrespeitado; que culpa tenho de não ter formação académica; que culpa tenho de me sentar num banco do centro cívico, onde as pessoas se juntam para discutir os problemas da freguesia, do concelho, e mesmo do distrito e do país, porque quando as obras são bem ou mal executadas, é dos nossos impostos que saem os euros.
Alguém, com responsabilidade política, escrevia, “a culpa não é dos políticos, mas sim do povo que não exige, e não participa activamente, no correcto uso da nossa liberdade”. Pois o povo além de pagar pelos maus resultados destes senhores, ainda é culpado?
Não é por estar tudo bem que estes locais da democracia estão a ficar cada vez mais desertos, mas talvez por falta de conhecimento das coisas mais ricas, pelas quais tantos sofreram e lutaram para que pudéssemos ter hoje alguma voz.
Também não é por acaso que cada vez há mais abstenções nas eleições. Quase arrisco a dizer que José Saramago tem razão quando diz que deveria haver o P.A., Partido das Abstenções.
Respeitar o terceiro e fazer-se respeitar são valores fundamentais do ser humano. Nos tempos em que vivemos, esquecemo-nos muitas vezes destes valores, pautados pelo respeito da cor, raça, religião, idade, posição social e económica, entre outros.
Santa Marta de Portuzelo.