quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Santa Marta terra de boas gentes.

Ó terra tão linda e bela, que lá do alto de São Silvestre avisto,
os teus campos floridos e verdes na primavera .
Ó terra de boas gentes, acolhedora de quem nos visita.
Ó terra sagrada que tens o nome da senhora que também,
Foi acolhedora em Betánia.
Ó terra que és banhada pelo rio pelo monte e por um ribeiro.
Ó terra que és conhecida, internacionalmente pelo teu folclore.
Ó terra que deverias ser tratada com todo o respeito.
Mereces ter pessoas que gostem de ti, e que não se sirvam,
do teu nome. Como é possível dizer-se, que se ama a terra,
quando ela não é respeitada .

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Valores morais e patrimoniais

No passado dia oito de Janeiro, ia em direcção ao parque de estacionamento, quando me deparei com uma papeleira presa a um poste, ao lado da rotunda do Hospital de Santa Luzia, que tinha pegado fogo. Fui de imediato buscar água, e tive que repetir pois já estava em labareda, e consegui finalmente que a dita papeleira se salvasse.
No domingo seguinte passei na freguesia de Areosa, e estavam dois contentores na berma da estrada. Um deles estava completamente queimado, e se não tivesse deslocado o segundo, este iria seguramente ter o mesmo destino.

Acredito que o que aconteceu com estes dois contentores (e, infelizmente, acontece com muitos outros pelo país fora) teve a ver com pura maldade, ou brincadeiras de mau gosto. Trinta e seis anos de democracia é mais do que tempo para haver respeito pelo património que é de todos, porque quem paga esses prejuízos somos nós mesmos, que trabalhamos e pagamos os devidos impostos. No entanto, por vezes isto não se verifica, e quem são os culpados? Serão os professores que não educam, os catequistas, que passam duas horas por semana com as nossas crianças e adolescentes, ou os educadores de infância? Não, somos todos nós, é a sociedade em que vivemos, e que ensina os pais a descarregar os filhos na escola das nove às cinco, pensando que o trabalho de educar é exclusivo dos professores, sem saber que estes são formados apenas para ensinar... No entanto, um professor, não ensina a estragar, nem a roubar, deixando no ar uma dúvida crucial: se os nossos filhos se tornaram assim, será que passam mesmo todo o tempo na escola? E se não passam, de quem é a responsabilidade?

Muitos pais, que deveriam ser os grandes pilares na educação dos filhos, nem sequer os acompanham quando estão em casa, dando-lhes rédea solta e nenhumas responsabilidades, mas preocupam-se se o professor lhes deu um raspanete: aí vão a correr à escola tirar satisfações, e alguns chegam a bater aos próprios professores!

E quantos destes pais não fazem o mesmo aos próprios progenitores? Cada
vez este mundo se torna mais cruel e desumano, tornando dolorosa, para algumas pessoas, aquela coisa maravilhosa que deveria ser a nossa simples existência, tudo em nome de interesses fúteis, da própria comodidade ou até de lucros fáceis... Algumas pessoas mais idosas são tratadas como autênticos objectos descartáveis, despejados em sombrios lares, muitos destes sem condições que possam dar um mínimo de dignidade à sua já precária existência. Hoje em dia já não temos tempo (ou disponibilidade, ou querer) para aproveitar o saber e a larga experiência de muitos dos nossos idosos, que ainda têm muito que nos ensinar. Não esqueçamos que foram estas e estes que ajudaram a desenvolver e a enriquecer o nosso país. Se lhes proporcionarmos um final de vida mais digno, fazendo com que se sintam ocupados e úteis, isto acabará por funcionar como uma terapia para eles, que uma vez entretidos em diversas actividades, nem se lembram das dores ou do médico de família. Será também uma boa forma de lhes agradecer por todos os sacrifícios que fizeram por nós, por todas as vezes que festejaram os nossos sucessos e nos ajudaram a levantar de cada vez que fracassámos, por todas as lágrimas que verteram quando nós sofremos, por todos aqueles conselhos que nunca queremos escutar, (mas que, bem lá no fundo, sabemos estar sempre certos), por todas as vezes que tiraram o pão da própria boca para nós pudéssemos crescer fortes e saudáveis...

Dignificando e respeitando os idosos do País, respeitamo-nos a nós próprios.

Joaquim P. Antunes.